6 de outubro de 2024 15:43

Pais de menino de 4 anos tetraplégico após ser atropelado por motorista bêbado falam sobre revolta com a sentença atribuída ao criminoso

Foto: Reprodução.

Sâmio da Silva Santos, de 38 anos, não consegue conter as lágrimas ao relembrar as palavras dos médicos informando, por três vezes, que o seu filho teria morte cerebral. Quando tinha 4 anos, em 2019, o pequeno Samuel foi atropelado enquanto brincava na frente de casa, no Recanto das Emas. O motorista, segundo testemunhas, tinha sinais de embriaguez, chegou a debochar do acidente e fugiu sem prestar socorro. Pelo crime, ele poderia ser preso por até 20 anos, mas a sentença emitida no final do mês passado revoltou a família.

Em regime semiaberto, Ivan Sarafim da Rocha foi condenado a 7 anos e 2 meses de reclusão por tentativa de homicídio com dolo eventual. Como a decisão é de 1ª instância, o motorista vai responder em liberdade porque ficou preso preventivamente por sete meses no início da investigação. Além disso, a sentença não indicou o pagamento de indenização porque seria atribuição de outro juízo.

O acidente

Agora, apaixonado pela velocidade dos seus carrinhos de brinquedo, Samuel assiste televisão em uma cadeira de rodas. O menino acumula uma série de sequelas causadas pelo acidente de trânsito e pelos 44 dias enquanto esteve internado em coma, ficando entre a vida e a morte.

“Uma sensação horrível de chegarem para você e falar que o seu filho vai morrer. Três vezes falaram que ele ia ter morte encefálica porque estava inchando o cérebro. […] Aconteceu alguns casos lá na ala infantil, das crianças falecerem. Eu ficava: “Nossa, será que o próximo vai ser ele?”, relembra Sâmio.

Ele apresenta tetraplegia espástica, sem movimentação ativa em membros inferiores e membro superior esquerdo e complicações neurológicas. A criança também sofreu um traumatismo craniano devido ao atropelamento e teve fraturas nas pernas, além de perfurações em diversos órgãos.

Além das marcas no corpo do Samuel, as consequências do atropelamento mexeram com toda a família. Sâmio precisou deixar o emprego que tinha para se dedicar exclusivamente ao seu filho. Atualmente, ele é a única pessoa que cuida do garoto. Em algumas oportunidades, para comprar as fraldas e alimentos necessários para o desenvolvimento da criança, faz “bicos”, como vender perfumes e montar estruturas em shows.

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