11 de dezembro de 2024 09:35

Grupo de extermínio de Rogério Andrade tem ex-delegados e ex-PMs

Contraventor foi preso em operação do MPRJ nesta terça. Grupo de extermínio contava com uma estrutura hierárquica bem definida

O bicheiro Rogério Andradae

O contraventor Rogério Andrade (foto em destaque), um dos maiores nomes do jogo do bicho no Rio de Janeiro, foi preso nesta terça-feira (29/10) pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A prisão é resultado da Operação Último Ato, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que revelou uma rede complexa e violenta de crimes, incluindo um grupo de extermínio formado por ex-delegados e ex-policiais militares a serviço de Andrade.

O grupo de extermínio é acusado de realizar execuções a mando do contraventor, especialmente na disputa pelo controle de pontos de jogo e caça-níqueis na zona oeste carioca.

Entre os integrantes, estão o ex-PM Ronnie Lessa, já condenado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco, e a delegada Adriana Belém, que teria facilitado as operações da quadrilha.

Segundo o MPRJ, a organização comandada por Andrade contava com uma estrutura hierárquica bem definida, na qual seu filho, Gustavo Andrade, ocupava o segundo posto e era conhecido como Príncipe Regente.

Assassinato de Fernando Iggnácio

Rogério Andrade é acusado de ordenar a morte de Fernando Iggnácio, herdeiro do lendário bicheiro Castor de Andrade, em um episódio que chocou o Rio de Janeiro.

Esta não é a primeira vez que Rogério Andrade enfrenta a Justiça por acusações relacionadas a esse crime. Em março de 2021, o MPRJ já havia denunciado Andrade pelo assassinato de Iggnácio. No entanto, em fevereiro de 2022, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu trancar a ação penal, alegando falta de provas. O caso parecia estar encerrado até que recentes investigações do Gaeco revelaram elementos suficientes para uma nova acusação.

Corrupção e homicídios

As denúncias contra Rogério Andrade vão além do assassinato de Iggnácio. A Operação Calígula, deflagrada pelo MPRJ em maio de 2022, revelou uma vasta rede criminosa liderada pelo contraventor, que incluía exploração de jogos de azar, corrupção de agentes públicos, lavagem de dinheiro e homicídios.

Na época, Andrade e seu filho, Gustavo, chegaram a ser considerados foragidos e incluídos na lista de mais procurados da Interpol.

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