7 de julho de 2025 02:37

Saiba quem é a advogada condenada a 7 anos por fala contra promotor

Mulher sentenciada à prisão por declarações contra promotor de Justiça é conhecida na internet por caso envolvendo guarda de bebê reborn

advogada de Goiânia Silvana Ferreira da Silva, condenada a 7 anos e 4 meses de prisão por declarações sobre o promotor de Justiça Milton Marcolino dos Santos Júnior, é conhecida na internet por divulgar casos envolvendo bebês reborn. Em maio, ela usou suas redes sociais para revelar que recusou ingressar com uma ação de guarda compartilhada de uma boneca hiper-realista, solicitada por uma cliente.

Silvana Ferreira explicou que, por se tratar de um objeto inanimado, não é juridicamente possível reivindicar a guarda da boneca. No entanto, a advogada aceitou entrar com uma ação pela administração das redes sociais do bebê reborn, que teria se tornado uma das fontes de renda do ex-casal.

“A bebê reborn tem um Instagram, que a outra parte também deseja administrar, porque o perfil já está gerando monetização e publicidade. E como ele está crescendo bastante, ela acredita que deveria ser gerido por ambas as partes”, disse Silvana.

No vídeo, a advogada afirmou que a “febre” das bonecas hiper-realistas pode acabar gerando problemas para a categoria. “A loucura da sociedade impacta diretamente na nossa profissão, e vai ser uma enxurrada de problemas para o Judiciário que nós podemos barrar um pouco”, avaliou.

Advogada Silvana Ferreira vai recorrer da sentença de 7 anos de prisão em regime semiaberto
Silvana Ferreira é especialista em Direito Digital e Criminal
Milton Marcolino, promotor de Aparecida de Goiânia, processou a advogada Silvana Ferreira por injúria racial
Advogada Silvana Ferreira negou entrar com pedido de guarda compartilhada de bebê reborn

Condenação

Silvana Ferreira foi condenada pela 1ª Vara Criminal de Aparecida de Goiânia (GO) por injúria racial qualificada, calúnia e difamação contra o promotor de Justiça Milton Marcolino. A pena, estabelecida em regime semiaberto, inclui uma indenização de R$ 30 mil. A advogada recorre da decisão em liberdade.

A sentença se refere a declarações feitas durante um podcast em 2021, quando ela relatava casos do início de sua carreira no direito criminal. Sem citar o nome de Milton Marcolino, Silvana disse ter sofrido assédio sexual por parte do promotor durante uma audiência na comarca. Ela se referiu a ele como “aquele meio moreninho”.

“Fui fazer uma instrução e julgamento de um processo de homicídio na Comarca de Aparecida de Goiânia. E eu tô fazendo a audiência, e o promotor tá assim (segura o celular e faz gesto de apontar para o aparelho e estalar os dedos); eu olhava para ele e ele pedia o telefone. Eu parei a audiência e disse: ‘Ô excelência, avisa aí pro promotor que eu não tô aqui pra dar meu telefone pra esse inferno, não… Cão chupando manga!’”, relatou a advogada no podcast, ao contar um episódio supostamente ocorrido no início da sua atuação na advocacia criminal.

Segundo ela, o promotor também teria passado a perseguir seu cliente, o que configuraria crime de prevaricação. Ao fim do processo, o próprio Milton Marcolino teria retirado as acusações por falta de provas.

Na denúncia, o Ministério Público de Goiás (MPGO) argumentou que, mesmo sem o nome citado diretamente, as declarações atingiram o promotor. “Embora a denunciada não tenha mencionado nomes, era fácil concluir que se tratava do Promotor de Justiça Milton Marcolino dos Santos Júnior, à época único titular da promotoria com atuação nos crimes contra a vida na Comarca de Aparecida de Goiânia-GO, e negro”, diz o documento.

Recurso

Após a condenação, Silvana Ferreira usou as redes sociais para comentar a decisão judicial. Ela afirmou não ter se surpreendido com a sentença e disse acreditar que o recurso, agora fora da comarca onde atua o promotor, será julgado com imparcialidade.

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