19 de novembro de 2025 14:38

Câmara celebra Consciência Negra com entrega de diplomas “Zumbi dos Palmares”

Solenidade proposta pelo vereador Professor Pedrinho Junior exaltou a atuação de pessoas negras em prol do município

Pelo segundo ano, o dia 20 de novembro celebra, nacionalmente, o Dia de Zumbi e Dia da Consciência Negra. Em 1971, a data ficou conhecida como marco de resistência e luta pela liberdade da cultura afro-brasileira. Porém, o feriado nacional foi decretado apenas a partir de 2023, após a sanção da Lei nº14.759/23. E foi nesse propósito que o vereador Professor Pedrinho Junior propôs uma solenidade, na noite desta terça-feira (18), para entrega de Diplomas “Zumbi dos Palmares”, honraria concedida a personalidades e instituições que se destacam na luta pela igualdade racial e na valorização da cultura afro-brasileira em Três Lagoas.

Estavam presentes os vereadores: Tonhão, presidente da Câmara; Professor Pedrinho Junior, propositor; Sargento Rodrigues, líder do poder executivo; Daniel da Farmácia; Evalda Reis; Mário Grespan; Mi do Santa Luzia; Professora Maria Diogo; Robson do Alinhamento; e Sirlene. Membros do Conselho Municipal dos Direitos do Negro (CMDN) também se fizeram presentes: José Bento de Arruda, presidente; Cláudio César de Alcântara, vice-presidente; e o advogado Dr. Cleitinho, membro. Outras autoridades também vieram prestigiar a solenidade: professora Cidolina Silva; o ex-vereador Idevaldo Claudino, criador da honraria “Zumbi dos Palmares”; e o ex-vereador Professor Nego Breno.

Receberam o diploma: Adriano Estevão Barbosa Rodrigues, Andréia da Silva Santos, Cláudia Bazan, Jaqueline Freitas Azevedo, João Soares da Silva, Marcos Nunes da Silva, Maria Aparecida Cordeiro, Nair Rodrigues de Souza Oliveira, Patrick Carlos Corrêa e Pedro Machado Gonçalves Junior (“Pedrinho Junior”).

Jaqueline Azevedo usou a tribuna em nome dos homenageados fazendo um discurso lindo, poético e extremamente necessário. Uma verdadeira aula para os presentes, a qual compartilhamos na íntegra:

Hoje, nesta sessão solene, eu não estou só. Aqui comigo estão Zumbi dos Palmares, símbolo maior de liberdade. Está Dandara, a guerreira que enfrentou exércitos pela vida do seu povo. Está Carolina Maria de Jesus, mulher negra, forte, que abriu caminhos com resistência silenciosa. Está Mestre Bimba, que transformou dor em arte, perseguição em movimento, e elevou a capoeira ao mundo. Está MarieIle Franco, que ecoa em cada luta nossa, lembrando que não vão nos calar. E comigo também estão meus ancestrais — aqueles que vieram antes, carregaram o peso, enfrentaram a violência, sobreviveram para que eu pudesse estar de pé aqui hoje.

Receber o Diploma Zumbi dos Palmares não é prêmio:  É responsabilidade. É continuidade. É compromisso com a luta que começou muito antes de mim. É honrar cada passo que foi dado com os pés descalços sobre a terra dura deste país.

Sou assistente social há 16 anos e atuando há 14 anos; professora da educação infantil há 15 anos e atuando há 5 anos; e mulher negra num Brasil que ainda insiste em nos chamar de parda para suavizar a cor que carregamos com orgulho. Eu sei o peso e a beleza dessa pele. Eu sei o que significa entrar numa sala, numa repartição, numa loja, numa entrevista de emprego… e ser lida, julgada e medida antes mesmo de abrir a boca.

E ainda assim, sigo. E ainda assim, luto. Nas duas áreas em que atuo — assistência social e educação — eu sempre busco combater o racismo de frente. E na educação, onde existe uma lei que garante o ensino da história e cultura afro-brasileira, faço essa lei viver. Porque lei no papel não transforma. O que transforma é coragem. O que transforma é voz. O que transforma é presença, firmeza e consciência.

Com as crianças, eu não apenas ensino conteúdos. Eu ensino identidade. Eu ensino pertencimento. Eu ensino que a África pulsa no Brasil todos os dias:

  • Pulsa nas palavras que brotam da nossa boca: moleque, banana, canjica, cuscuz.
  • Pulsa nos ritmos, nos tambores, nos movimentos da capoeira.
  • Pulsa nos turbantes, nos colares, nas tranças — que já foram mapas de fuga para quilombos.
  • Pulsa nas abayomis, nos afetos tecidos à mão.
  • Pulsa nos sabores da nossa mesa: acarajé, tapioca, angu, cuscuz.
  • Pulsa nas brincadeiras que atravessaram o oceano: amarelinha africana, terra-mar, tantas outras.

África está em nós. África nos construiu. África nos sustenta. Mas, mesmo estando em tudo, ficamos por anos sem nenhum privilégio, apagados, silenciados, empurrados para a margem. E, por isso, aprendemos que precisamos nos esforçar três vezes mais para sermos vistos, aceitos, respeitados. E, por isso também, ensino às crianças que certas palavras, ainda tão comuns — mulata, inveja branca, aquele pretinho — não são brincadeiras: são feridas. Feridas que precisamos parar de abrir.

Eu acredito na educação como ponte. Eu acredito no afeto como ferramenta. Eu acredito na resistência como destino. Este momento aqui, hoje, significa muito. Porque esta bandeira que eu levanto — a da educação antirracista, da dignidade do povo negro, do orgulho ancestral — não será abaixada.

Ela seguirá erguida enquanto houver injustiça, desigualdade, silenciamento. Ela seguirá erguida por mim e por todos que vieram antes. Que os nossos ancestrais sintam que estamos dando continuidade ao que eles começaram. Que saibam que a luta não vai cessar. Porque nós somos a geração que não se cala mais. Porque nós somos a geração que planta e colhe. Porque nós somos a geração que vibra e transforma.

E termino afirmando aquilo que me guia, que me sustenta e que me convoca: “UBUNTU. Eu sou porque nós somos”. E nas palavras eternas de Nelson Mandela, que iluminam nossos passos: “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”.

Muito obrigada.

José Bento, reforçou que ali não estavam quaisquer homenageados, mas sim, pessoas que lutam diariamente para sobreviver, uma luta longa e árdua. O presidente do CMDN também deu uma aula de história, contando sobre a Zumbi dos Palmares, sobre as lutas que o povo negro, afro-brasileiro sofreu e sofre até hoje. Por exemplo, ele lembrou que a história das favelas no Brasil está ligada não só à urbanização desordenada: “a primeira favela, o Morro da Providência, surgiu no Rio de Janeiro em 1897, após o fim da Guerra de Canudos, com soldados que não receberam as terras prometidas e se instalaram em um morro. O nome ‘favela’ foi adotado devido a um morro no interior da Bahia que se parecia com o local onde os soldados haviam se abrigado e que tinha o nome de Morro da Favela”.

Por fim, o vereador proponente encerrou o evento citando alguns dados lamentáveis: “vivemos no país que mais praticou a escravidão, trazendo, na época, cerca de cinco milhões de africanos, 44% de todos os africanos trazidos para as américas. E, por 388 anos, condenou o povo negro, causando toda essa tristeza que nosso povo, nossos ancestrais sofreram”. Professor Pedrinho Junior ressaltou: “nossa luta não é contra nossos irmãos brancos, a nossa luta é por direitos raciais, direitos que nos foram tolhidos por anos e que as pessoas, muitas vezes, nos oferecem como um ‘favor’, mas não são favores e sim nossos direitos”.

Emocionado, Pedrinho demonstrou sua felicidade por ver tanta gente de cor ali no plenário: “sinto falta da minha gente quando estou aqui nas sessões ordinárias. Por isso, espero que o dia 20 de novembro, seja um dia para chamar de ‘nosso’, mesmo que um dia seja pouco diante de toda nossa história. Continuaremos lutando! Essa noite de hoje é mais um dia da nossa luta”, encerrou.

 

HOMENAGEADOS

Adriano Estevão Barbosa Rodrigues nasceu em Três Lagoas/MS, em 11 de setembro de 1973. E é conhecido por todos os seus amigos como Estevão. Filho da técnica em enfermagem Rosely Barbosa e do cozinheiro Jesus Rodrigues. Estevão é o filho de número dois do casal de trabalhadores, que teve como primogênita sua filha Andreia Barbosa. Desde muito cedo, assumiu responsabilidades, pois seus pais vieram a se separar. E com apenas dez anos de idade, ingressou no projeto Guarda Mirim, o qual conciliava com os seus estudos. Mantendo o foco na responsabilidade e na necessidade de ajudar a sua mãe a manter as despesas de casa, aos 16 anos de idade teve o seu primeiro registro na Carteira de Trabalho e, desde então, não parou mais a batalha para o seu desenvolvimento profissional. Trabalhou como gesseiro e vendedor no comércio local, e com o advento da industrialização de Três Lagoas, e as oportunidades surgindo, foi em busca de uma nova qualificação, formando-se em Técnico em Segurança do Trabalho, porém ainda não foi nessa área de atuação que se consolidou como profissional. A segurança do trabalho proporcionou o contato com a área de manutenção elétrica, o qual começou a trabalhar como auxiliar, instigando-o a buscar uma outra qualificação, agora na área que realmente atuava, formou-se então em Técnico em Eletrotécnica. Atualmente trabalha como eletricista de manutenção industrial em uma empresa terceira da Petrobrás no município. Estevão é pai de três filhos, Ingryd, Jhonatan e Steffany, todos adultos, os quais foram criados e orientados para seguirem a vida com responsabilidades e no caminho do bem. Tem como seu esporte preferido a corrida de rua, é aluno da Assessoria de Corrida KMS, e participa ativamente dos eventos de corridas realizados no município de Três Lagoas, ficando sempre nas primeiras posições na sua faixa etária. Estevão, hoje, com seus 52 anos, continua cuidando e zelando da sua mãe, com a mesma responsabilidade que lhe foi incutida aos 10 anos de idade.

Andréia da Silva Santos, nascida em Três Lagoas/MS, é funcionária pública desde 2014 e atua na área da Assistência Social. Ao longo de sua trajetória, exerceu diversas funções com dedicação e amor, passando pela Casa Acolhedora da Criança e do Adolescente, Poço Jacó, CRAS Ruth Filgueiras, CRASE Coração de Mãe e, atualmente, no Centro de Convivência Tia Nega, onde ensina artesanato e teatro para idosos. Com 48 anos, mãe de dois filhos e avó de dois netos, Andréia iniciou sua vida profissional aos 13 anos, trabalhando em diferentes ocupações e sempre buscando aperfeiçoamento por meio de cursos técnicos e formações. Estudou Pedagogia e cursa Assistência Social, área pela qual é apaixonada. Moradora do bairro Novo Oeste, orgulha-se de sua trajetória de superação e do compromisso com o trabalho social, acreditando na força e na dignidade das pessoas de sua comunidade. Andréia é exemplo de perseverança, dedicação e amor ao próximo, demonstrando que, com esforço e fé, é possível transformar realidades e inspirar vidas.

Nascida no dia 10 de julho de 1972, na cidade de Três Lagoas/MS, é filha de Cláudio Machado Gonçalves e Lourdes Bazan Gonçalves. Neta de Sebastião Carlos Gonçalves (Potiguara), Maria Deolinda Machado Gonçalves, Raphael Bazan e Clementina de Oliveira Bazan. É formada em Pedagogia pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), campus Três Lagoas, com pós-graduação em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Educação Especial e Atendimento Educacional Especializado (AEE). Iniciou sua carreira como educadora na zona rural, pelo município de Três Lagoas e pela Secretaria do Estado de Educação de Mato Grosso do Sul. É casada com Cristian César de Lima, com quem tem dois filhos: Camila Bazan Gonçalves Lima e Cristian César de Lima Filho. Atuou como professora de educação especial na APAE de Água Clara/MS por aproximadamente 16 anos, onde aprendeu o verdadeiro significado do amor e o sentido mais puro de ensinar e aprender. Atualmente, é professora efetiva do Atendimento Educacional Especializado (AEE) na escola Marlene Noronha, onde se dedica àqueles que mais lhe ensinam o verdadeiro sentido do verbo amar. Desde o seu berço familiar, aprendeu o valor da resiliência, da força e da coragem, de seguir em frente, mesmo diante dos desafios. Foi ensinada a quebrar barreiras e preconceitos, acreditando que Deus sempre esteve à frente de tudo e de todos, guiando seus passos e iluminando seus caminhos. É resistente, esperançosa e segue acreditando no potencial de cada ser humano.

Jaqueline Freitas Azevedo, 39 anos, é professora da Educação Infantil na Escola Municipal Maria de Lourdes Lopes e assistente social na UPA “Dr. Issam Fares”. Servidora pública há 18 anos, também atuou por mais de uma década na Secretaria Municipal de Assistência Social, dedicando-se aos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e ao fortalecimento das políticas públicas voltadas às famílias e comunidades. É graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e em Serviço Social pelas Faculdades Integradas de Três Lagoas (AEMS). Possui especializações em Educação Infantil e em Gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), além de ser mestre em Educação pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), campus de Paranaíba. Sua formação também inclui o curso técnico em Enfermagem, demonstrando sua ampla dedicação ao cuidado e ao serviço ao próximo. Desde a juventude, Jaqueline participou ativamente de projetos sociais e esportivos, tendo sido beneficiária e, mais tarde, multiplicadora das políticas públicas que hoje defende com tanto empenho. Recorda com carinho sua participação no Projeto Agente Jovem, que despertou seu compromisso com a transformação social e marcou profundamente sua trajetória. Mulher negra, educadora e assistente social, Jaqueline é reconhecida por sua atuação firme em movimentos sociais e pela defesa intransigente dos direitos humanos, da igualdade racial, da justiça e da equidade. Sua voz e presença são constantes em congressos, conferências e fóruns de debate sobre políticas públicas e inclusão social. Em 2025, tem se destacado com o projeto “Educação Antirracista na Primeira Infância”, que busca formar crianças conscientes, empáticas e comprometidas com a igualdade racial, o respeito e a liberdade da pessoa negra. Receber o Diploma Zumbi dos Palmares é, para Jaqueline, mais do que uma honraria, é o reconhecimento de uma história de luta, coragem e compromisso com um futuro mais justo, humano e solidário. Com sua trajetória inspiradora, Jaqueline Freitas Azevedo reafirma diariamente que educar é um ato de amor, resistência e transformação.

Natural de Guararapes/SP, nascido em 11 de agosto de 1957, João Soares da Silva é filho de Hermínio Soares da Silva e Elvira Alves. Cresceu em uma família numerosa, crescendo como um dos 12 irmãos da família Soares. É casado há 45 anos com a senhora Nadir Santos da Silva, pai de quatro filhos, avô dedicado de sete netos e bisavô amoroso de Henry e Isis. Há 35 anos reside no distrito de Arapuá, onde é reconhecido como referência de luta, respeito, trabalho e retidão. Homem de origem humilde, João começou a trabalhar ainda jovem para ajudar o pai no sustento da família. Em 1976, ingressou no quartel de Campo Grande, servindo por três anos, até o início de 1979. Em seguida, retornou a sua cidade natal onde trabalhou por seis meses na Fábrica de Óleo Menu. Com esforço e determinação, após concursado em fevereiro de 1980, iniciou sua carreira na Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, atuando em Água Clara e, a partir de 1990, no distrito de Arapuá. Durante sua trajetória na corporação, prestou relevantes serviços à sociedade, com destaque nas atividades de ronda ostensiva de nossa cidade, na UNEI e nos estabelecimentos penais masculino e feminino, aposentando-se como 3º Sargento em 2008. Sua trajetória reflete a luta e a perseverança de um homem negro que, com trabalho e dignidade, superou os desafios e preconceitos da época, tornando-se exemplo de força, honra e compromisso com o bem comum. Assim é João Soares da Silva, inspiração para seus filhos, netos, amigos e para toda a comunidade que o admira.

Marcos Nunes da Silva, 58 anos, é natural do Rio de Janeiro, porém, mora em Três Lagoas/MS há 18 anos. É mais conhecido como “Marcos da Paz”. É fundador do projeto social Semear (em 2008), projeto de assistência social que promoveu vários eventos assistencial pelos bairros mais carentes de Três Lagoas. Foi presidente do Conselho de Pastores de Três Lagoas de 2013 até 2016, realizando e promovendo diversos eventos em prol da cidade, como: culto de Ação de Graças ao Centenário de Três Lagoas, com a cantora Lauriete, na praça Senador Ramez Tebet (2015); 1ª Sessão solene na Câmara de Vereadores pelo Dia Nacional dos Pastores (2015); e 1ª Marcha pra Jesus oficial (2016).

Maria Aparecida Cordeiro, a Tia Cida, nasceu em 16 de maio de 1960. Filha de João Lúcio Cordeiros e Lourdes Bernadete Cordeiros, é irmã número quatro de nove irmãos. Mulher negra, viúva, mãe de três filhos: Clayton (filho amado que hoje está ao lado de Deus), Emerson e Néia. Avó de 8 netos. É fiel à Deus. Nunca se deixou abater pelo preconceito enfrentado ao longo de seu caminho. A cor de sua pele sempre foi motivo de orgulho para ela. Tia Cida ou Irmã Cida nasceu com o dom da culinária. Sempre cozinhou pra família, para os amigos, os amigos dos filhos e irmãos de fé. Toda comida feita por ela é cheia de afeto e memórias afetivas, comida boa que enche a barriga e o coração. Tia Cida do Beco já ajudou muita gente, seja com uma refeição, um conselho, um abraço e até mesmo uma oração. Tia Cida é exemplo de amor ao próximo e, mesmo nas adversidades da vida, na dor de perder um filho, não desistiu de sorrir, não perdeu a fé e continua espalhando o amor em forma de boa comida. Tia Cida encontrou na comida o sustento de sua família. Antes cozinhava em eventos e festas e, há dois anos, segue a frente da Marmitaria Tia Cida.  Sempre com um sorriso no rosto recebe a todos e oferece uma comida deliciosa.

Nascida na cidade de Presidente Venceslau/SP, caçula de sete irmãos, filha de Benedita Rodrigues de Souza e José Jovencio de Souza (in memorian), é casada com o engenheiro mecânico Jeronimo dos Santos Oliveira. Teve sua realidade transformada através dos estudos sempre em instituições públicas, desde o ensino básico ao doutorado. Possui graduação em Matemática pela UNESP de Presidente Prudente/SP (2002), especialista em Fundamentos para Ensino de Matemática pela UNESP de Ilha Solteira (2009), mestrado em Ciência dos Materiais pela UNESP de Ilha Solteira (2005) e doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais pela UNESP de Ilha Solteira (2012). Já atuou como professora de Matemática pela Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo e professora no Departamento de Matemática da FEIS/UNESP. Desde 2012, é professora efetiva no IFMS, campus de Três Lagoas, onde responde pela coordenação de Pesquisa e Inovação. Atualmente coordena dois projetos de pesquisa: desenvolvimento de material didático/apostila de Matemática Aplicada em um aplicativo online para ensino de matemática nas séries iniciais; e o projeto de extensão “Ada Lovelace Day”, em parceria com Comitê de Mulheres da Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC), fazendo parte do Comissão de Ensino da sociedade. É revisora da Revista Ensin@ UFMS e orienta trabalhos de conclusão de curso da Especialização em Docência do IFMS, campus Três Lagoas, além de participações em bancas de especialização e mestrado. É membro atuante da Assembleia de Deus (ADTL), onde coordena um projeto voltado para a mulheres de terceira idade denominado “Vivíssimas: frutificando na melhor idade”.

O policial penal Patrick Carlos Corrêa é casado com Laís Santos de Azevedo e pai de dois filhos: Wagner e Luara. Filho de Rosimani Clemente Corrêa e Paulo Antônio Corrêa, é formado em Assistência Social pela universidade AEMS e pós-graduado em Gestão Social e Políticas Públicas; Segurança Pública, Sistema Prisional e Criminologia. Há 5 anos, trabalha como Assistente Social na penitenciária de segurança média de Três Lagoas/MS. Há 25 anos, pratica sua fé no Centro Espírita de Umbanda Nossa Senhora Aparecida, liderado por sua avó Yalorixá Dona Silvia. Há um ano, respondeu ao chamado divino para tornar-se Babalorixá, que é uma ocupação de sacerdócio das religiões de matriz africana. Nesta função, sua atribuição é servir como líder espiritual e administrador do terreiro, responsável por organizar rituais, festas e pela disciplina dos médiuns. Ele também atua como mediador entre os seres humanos e os orixás. Sempre valorizou a história de seus antepassados, reconhecendo a cultura e a luta do povo negro contra o racismo e a desigualdade. Acredita que o dia da Consciência Negra possibilita uma oportunidade para ressaltar o protagonismo negro, valorizar a cultura africana, com suas religiões, e denunciar o racismo.

Filho de Pedro Machado Gonçalves, carinhosamente conhecido como Pedrinho, e de dona Maria Aparecida de Souza Gonçalves. Nasceu em 1995, no solo abençoado de Três Lagoas/MS. Irmão mais novo, tio amoroso, Pedrinho é fruto de uma família tradicionalmente ligada à educação e ao esporte. Durante toda a sua juventude, foi atleta de futebol. Com talento e determinação, vestiu camisas de grandes clubes, como o Desportivo Brasil, a FEPEFU do Paraguai e o glorioso Esporte Clube Corinthians Paulista (time de seu coração). Mas não foi apenas nos gramados que ele se destacou. Estudou em escola pública, formou-se em Educação Física pela AEMS, em 2017, e é pós-graduado em Educação Física Escolar e Treinamento Esportivo. Desde então, se destaca como professor e, desde 2020, como empreendedor à frente da “Escola de Futebol Pedrinho”, atendendo centenas de crianças. Também atua no projeto social “Recanto do Galo”, ao lado do pai, onde tudo começou. Em 2024, a história de vida de Pedrinho Junior ganhou um novo capítulo. Com 850 votos de confiança do povo, foi eleito vereador pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), assumindo com firmeza uma cadeira neste parlamento. Homem de fé, de humildade e de honestidade, Pedrinho Junior, embora jovem, já inspira. Pois mesmo vindo de origem simples, soube trilhar o caminho do bem, guiado por valores sólidos, sem jamais esquecer de onde veio, nem para quem luta.

 

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Celebrar a Consciência Negra é reconhecer o passado, compreender o presente e agir para transformar o futuro. Que estas narrativas fortaleçam nosso compromisso coletivo com um ambiente público mais inclusivo, respeitoso e representativo. A data, apesar de ser concebida em 1971, foi formalizado nacionalmente em 2003, com a Lei nº10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história afro-brasileira nas escolas. Depois, em 2011, a ex-presidente Dilma Rousseff, oficializou a data como Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra. Apenas em 2023 é que foi decretado feriado nacional.

A data (20 de novembro) é uma contraposição ao 13 de maio, data de assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, e faz referência ao dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, com o propósito de ressaltar o protagonismo das pessoas negras.

Zumbi foi um dos maiores líderes negros do Brasil que lutou pela libertação do povo contra o sistema escravista. Sendo assim, a data, dentre outros temas, suscita questões sobre racismo, discriminação, igualdade social, inclusão de negros na sociedade e a cultura afro-brasileira, assim como a promoção de fóruns, debates e outras atividades que valorizam a cultura africana.

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TEXTO:
 Cadu Xavier
FOTO: Marcelo Fefin

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