Correios registraram um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre | Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado
Estatal alega ‘informações estratégicas’ para recusar planos de demissão
Lucas Soares –
Após registrar prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre e solicitar ao Tesouro aval para uma operação de crédito de R$ 20 bilhões, os Correios negaram, sob alegação de sigilo estratégico, informações detalhadas sobre seus últimos Programas de Demissão Voluntária. Em resposta à Lei de Acesso à Informação, a estatal informou apenas a existência de quatro PDVs na última década — em 2017, 2019, 2020 e 2024 — e enviou os regulamentos internos, sem revelar dados operacionais ou resultados.
A empresa afirmou que, por atuar em regime competitivo, tem prerrogativa de resguardar informações sensíveis para preservar sua posição no mercado e sua governança. Disse ainda que a divulgação poderia comprometer o planejamento e a sustentabilidade organizacional.
O novo PDV é um dos pilares da reestruturação conduzida pelo presidente Emmanoel Schmidt Rondon, que assumiu em setembro. A eficácia dos programas anteriores é considerada essencial para avaliar o plano. Paralelamente, os Correios negociam nova linha de crédito de R$ 20 bilhões com aval do Tesouro, além de já terem tomado R$ 1,8 bilhão com instituições financeiras como Citibank, ABC Brasil e BTG Pactual, e ainda possuírem dívidas de cerca de R$ 291 milhões com ABC Brasil e Daycoval.



