A solenidade foi uma propositura dos vereadores Tonhão, Mi do Santa Luzia e Professor Pedrinho Junior, reunindo pessoas importantes para o esporte três-lagoense
A casa de leis se encheu de atletas e amantes do esporte na noite desta quarta-feira (26). Isso porque a Câmara realizou uma solenidade para entrega de diplomas de Mérito Esportivo “Ruth Roberta de Souza”, uma propositura dos vereadores Tonhão, Mi do Santa Luzia e Professor Pedrinho Junior. Esta é a primeira vez que os parlamentares outorgam esta honraria. Outros vereadores também estavam presentes e participaram: Sargento Rodrigues, Evalda Reis, Marcus Bazé, Fernando Jurado, Daniel da Farmácia e Mário Grespan. Robson do Alinhamento, Sirlene dos Santos e Davis Martinelli mandaram representantes.
Receberam o diploma: Eduardo Ferreira da Silva, Erick Neres da Cruz, Francisco Vandecy dos Santos Barros, Josué Vieira Serrado, Lucimar dos Santos da Silva, Maryanny Ribeiro do Nascimento, Mateus Henrique da Silva Paula, Oriovaldo Narcizo da Silva, Rafael de Souza Ferreira, Reynaldo Abrão Camargo, Sávio Sebastião Alves Bernardes e Walter Da Silva Dias – “Hulk”.
Tonhão iniciou a sessão solene ressaltando a história e o legado de Ruth Roberta de Souza, carinhosamente chamada de “Rutão”, que dá nome ao título do diploma de Mérito Esportivo. Desta forma, o presidente da Câmara fez uma homenagem à campeã mundial e a todos que atuam em prol do esporte em Três Lagoas/MS.
Hoje, a Câmara de Vereadores de Três Lagoas se reveste de emoção, de respeito e de gratidão. Nesta sessão solene, em que reconhecemos o valor daqueles que fazem do esporte um instrumento de transformação, temos a honra de celebrar uma vida que, por si só, é um legado: a vida de Ruth Roberta de Souza.
Nascida em 3 de outubro de 1968, Ruth – carinhosamente chamada de “Rutão” – cresceu em Três Lagoas e, ainda menina, já mostrava que havia nela algo de extraordinário. Alta, forte, determinada, com uma presença que impunha respeito e uma humildade que cativava a todos, Ruth encontrou no basquetebol o caminho para brilhar. E brilhou.
Sua trajetória nas quadras foi marcada por talento e por superação. Como pivô, posição de força e inteligência, Ruth alcançou o mais alto patamar do esporte brasileiro. Vestindo a camisa da Seleção Brasileira de Basquetebol Feminino, ela representou nosso país com bravura e competência.
Foi campeã dos Jogos Pan-Americanos de 1991, em Havana, uma das maiores conquistas daquele ciclo esportivo.
Em seguida, defendeu o Brasil nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, numa das primeiras formações olímpicas da equipe feminina. Mas o ápice de sua carreira veio em 1994, na Austrália, quando foi campeã mundial com a Seleção Brasileira – título inédito, histórico e até hoje lembrado com orgulho por todos os brasileiros.
Ruth foi peça fundamental naquele time. Jogadora de equipe, sólida na defesa, decisiva no ataque, silenciosa nos holofotes, mas imensa na entrega. Dentro da quadra, ela era muralha; fora dela, um coração generoso, uma amiga leal, uma companheira sempre presente.
Mas tão grande quanto sua carreira foi sua escolha de vida após os palcos internacionais: Ruth voltou para casa. Voltou para Três Lagoas.
Aqui, dedicou-se com amor ao esporte local. Atuou como técnica, como professora, como servidora pública municipal. Tornou-se formadora de talentos, incentivadora de jovens, presença constante nas quadras escolares, nos projetos sociais, nos campeonatos locais.
Ela acreditava no esporte como ferramenta de educação, cidadania e oportunidade. Em 2019, foi nomeada Embaixadora dos Jogos Escolares da Juventude de Mato Grosso do Sul, papel que abraçou com orgulho, reafirmando sua missão de inspirar gerações.
Em 13 de abril de 2021, Ruth partiu. Vítima da COVID-19, nos deixou aos 52 anos. Foi uma perda irreparável, que comoveu o país e entristeceu profundamente a nossa cidade. Mas o que ela construiu – com suor, com caráter, com coração – permanece. E nos inspira.
Por isso, esta Casa de Leis escolheu, com justiça e honra, eternizar sua memória em forma de reconhecimento: o Diploma Mérito Esportivo Ruth Roberta de Souza.
Um diploma que carrega um nome e carrega um ideal. Que valoriza não só a vitória, mas a dedicação. Não só o talento, mas o compromisso. Não só o troféu, mas a caminhada até ele.
Aos que hoje recebem essa homenagem, saibam: este não é apenas um diploma. É um símbolo. Um chamado. Um lembrete de que o esporte exige alma, coragem e verdade.
Que cada premiado, atleta, técnico ou apoiador, sinta-se tocado por essa história de amor ao esporte e à cidade. Que levem o nome de Ruth com respeito. Que levem o nome de Três Lagoas com orgulho.
Ruth Roberta de Souza foi uma gigante. E Três Lagoas será, para sempre, a casa da sua memória.
O homenageado “Hulk”, usando a tribuna em nome de todos os que receberam a honraria. Ele relembrou momentos com a amiga Ruth, arrancando sorrisos, lágrimas e aplausos de quem estava presente. Mi do Santa Luzia, um dos propositores, se emocionou e afirmou, “nunca vai ser fácil falar de nossa amiga Ruth”, dada a grandeza de sua trajetória e de sua humildade incrível.
Professor Pedrinho Junior, então, encerrou a solenidade, reforçando a importância de projetos sociais e do esporte nas escolas. “Desta forma, parabenizo não só os homenageados, mas todos aqueles que estão sendo representando aqui nesta noite”, finalizou estendendo a gratidão a todos que fazem a diferença pelo esporte em Três Lagoas.
RUTH ROBERTA
Ruth Roberta de Souza nasceu em Guiratinga/MT, no dia 3 de outubro de 1968, e morreu em Três Lagoas/MS, no dia 13 de abril de 2021. Foi uma jogadora de basquete brasileira. Ela mudou para Três Lagoas aos cinco anos, onde foi descoberta no esporte e atuou como pivô. Disputou os Jogos Pan-Americanos de Havana, a Olimpíada de Barcelona e foi campeã mundial com a seleção brasileira em 1994. No Pan em Havana, recebeu cumprimentos do presidente cubano Fidel Castro após o ouro do Brasil nos jogos.
Após encerrar a carreira no basquete profissional, retornou a Três Lagoas, onde era técnica da equipe de basquete da prefeitura. Morreu devido a complicações da COVID. A sua morte representou uma perda muito grande para o esporte nacional, tendo sido lamentada pela Confederação Brasileira de Basquetebol (CBB) por meio de nota.


